Ser rico qualquer um consegue, mas ser chique está na alma

Em meu último artigo “Gafes Intoleráveis” citei o casal da panela de pressão, apesar da curiosidade divinopolitana, não posso citar nomes; também mencionei o dedinho mínimo levantado ao se pegar um copo qualquer; as festas de pessoas de alto poder aquisitivo regadas a tropeiro e o churrasco que o parente chega com a famosa panela de alumínio contendo arroz e ainda por cima, amarrada por um pedaço de pano qualquer.

Diante dos comentários deste artigo, me pediram a segunda parte de “Gafes intoleráveis”, posto isto, começo com uma de arrepiar:

Por que tem cantores que deixam a unha do dedo mínimo (mindinho) crescer? É para auxiliar na limpeza do ouvido? Pelo amor ao Deus da nojeira, cortem as unhas destes caras.

Hello noivas! Quando forem avisar que irão se casar não exijam que o convidado não vá de preto ou branco, pois todo mundo já sabe disso, acho que somente a noiva desavisada que não. Também não coloque nos convites de casamento o traje, pois é inconcebível para este tipo de evento.

Falando de casamentos, vai mais duas gafes terríveis: uma é a tal vaquinha para a lua de mel, se o casal é tão pobre assim, é melhor nem começar uma vida a dois, não vai dar certo, pois pobreza e amor são inimigos. E segundo, cortar gravata em troca de cinco, dez, cinquenta reais... Sem comentários. Novo tipo de filantropia, mas forçada.

Machucou um dos pés ou dedos dos pés e precisa mesmo ir trabalhar? Tudo bem, mas das duas uma: ou vá de chinelos de couro ou sandálias de couro, caso não consiga calçar os sapatos. Mas pelo amor a Orixá, não se atreva a bancar o palhaço da instituição calçando em um dos pés o sapato e no outro (o pé machucado) um chinelo “havaiana”. Quer matar quantos com uma bizarrice destas?

E o cafezinho? Seja servido em casa ou na empresa. Deve ser quente e de preferência, que seja passado na hora, do contrário é gafe servir café frio, ninguém merece.

 Nunca entre na vida alheia em situações que se iniciam com a letra D: Divórcio, doença, depressão, dívidas, dieta, drogas, diabetes... Se a própria pessoa ou familiar não iniciar a conversa, não entre, pois é campo minado e pode ouvir o que não estará preparado.

Gafes em hospital: Essa é de amargar e causar raiva. Você acaba de ter um bebê, está exausta, quer curtir o mais novo membro da família, mas também quer mostrá-lo aos parentes e amigos... Porém, chegam os desavisados, com perfume até embaixo dos sapatos ou com flores que mais parecem coroas de velório, é espirro para todo lado, o bebê deve ser levado às pressas para outra ala do hospital e a mãe quase perde os pontos da operação de tanto espirrar. E como se não bastasse, têm os malas que começam a bater papo, rir alto e não vão embora por nada no mundo.

Hoje ir para o exterior, tendo parentes ou amigos pobres, é motivo de preocupação e a viagem se torna segredo de Estado, pois do contrário, serão tantas encomendas que você mesma não aproveitará um dia sequer da sua viagem.

Enclausuramento forçado de médicos, advogados, empresários e outros profissionais liberais: Tem se tornado cada vez mais difícil para estas pessoas sair de casa e frequentar bares, restaurantes e clubes sem ser abordados por pessoas conhecidas ou não a pedidos de emprego ou para entregar currículos. Por favor, a pessoa na rua não é médico, não é dentista, não é empresário, ela é gente. E como todo mundo tem o direito de sair e ficar quieto sem ter que ir embora carregando envelopes de currículos. Daqui uns dias só faltam pedir aos médicos que meçam a pressão em bares ou restaurantes.

E para finalizar é uma gafe pedir em festas ou locais com músicas ao vivo que músicos mais refinados cantem músicas bregas, ou seja, “cafonas”. Já ouvi de um cantor de MPB que quase vomitou quando leu um bilhetinho que lhe foi entregue pelo garçom pedindo-o que tocasse uma coisa tipo “sertanejo universitário”. Quer ser barango? Que procure um ambiente mais popular.