Existe gosto e mau gosto para tudo, mas por que não mudar para melhor?

Na década de sessenta, havia os grandes festivais de música; hoje parece que vivemos festivais de “breguices musicais”. É difícil conseguir um bar ou restaurante para se tomar um chope ou uma bebida com os amigos ou companheiro sem se ver obrigada a tolerar as bizarrices das conhecidas músicas sertanejas universitárias.

Como toda regra tem exceções, temos em Divinópolis uma grande quantidade de músicos que também não apreciam o tal sertanejo universitário, mas não sei o motivo, só conseguem usar o mesmo repertório musical, como se fossem uma programação robótica, começando com “Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro...”

Será que não conhecem, salvo exceções, Chico Buarque, Vinícius de Morais, João Bosco, Tom Jobim, Os Novos Baianos, Noel Rosa, Paulinho da Viola? Ou o centro-oeste mineiro repudia esse tipo musical?

Até mesmo em carnaval somos obrigados a ouvir em sítios, fazendas e em casas às margens da represa de Furnas ou de Carmo do Cajuru o tal sertanejo universitário, que de universitário mesmo não tem nada, pois são músicas totalmente sem conteúdo e cultura.

 Mudando em relação a restaurantes e bares, me pego pensando porque a maioria das mesas são tão estreitas? Será que foram feitas para casais magros? E por que todas balançam de um lado para outro? Para nos deixar embriagados rapidamente ou derramarmos a bebida naqueles forros furados? Também tenho uma curiosidade quanto às cadeiras, elas balançam de propósito ou falta coragem para pegar uma chave de fenda e apertar os parafusos? E por fim, se eu fosse proprietária de um restaurante ou “buteco” a primeira medida que tomaria seria limpar pelo menos uma vez por semana os cardápios, pois vai que o Dr. Bactéria pegue um destes cardápios; o que iria encontrar faria a maioria dos frequentadores perderem o apetite para quaisquer tira-gostos.

 O roceiro, o matuto, aquela pessoa que vive e foi criada na zona rural é uma pessoa que merece nosso respeito, vive com as mãos calejadas, plantando e colhendo, vivendo de maneira simplória e visivelmente feliz, muito mais feliz que muitas pessoas de classe alta. Já a pessoa que nasceu na zona urbana, estudou, seja até o ensino médio ou não, não precisa matar o português e nem pode. É “cafona e brega” pessoas que estudaram ou até mesmo que possuem um curso superior continuarem dizendo: nois, ocê, entrar para dentro, sair para fora, subir para cima, descer para baixo, ganhei uma bebezinha (não existe bebezinha, seja menino ou menina, sempre será bebezinho!). E por fim, cabe uma observação interessante, não diga meu esposo, por favor. Diga sempre meu marido e minha mulher.

Cuidado com casamento entre classes sociais diferentes. Como o costume é a família da mulher organizar a festa, podem ocorrer surpresas. Já presenciei cenas de novelas, com noivos e mães de noivos desmaiando ao ver tubaínas no lugar de refrigerantes, garrafões de cachaça no lugar de cerveja e bebidas destiladas, e caldeirões com arroz, feijão, ovos de galinha cozidos e descascados, carne na gordura e abobrinha no lugar de salgados. E para completar e sem exagerar em nada, havia em uma das festas, uma imensa bacia de alumínio cheia de laranjas e ao lado uma faca e um latão de lixo para que, à medida que os convidados descascassem as laranjas, jogassem as cascas no lixo. Nada haveria de errado nestas festas, se uma das partes fosse da alta sociedade, acostumada a visitar o museu do Louvre, participar da alta sociedade, viver focada na aparência e no que “os outros pensam ou vão dizer” e num momento tão especial, como um casamento de um filho, deixar tudo nas mãos da família que é mais humilde, pois geralmente essa família vai pegar toda sua economia para fazer uma festa que pensará que estará agradando, mas que na verdade para a outra família será “pagar um verdadeiro mico perante os amigos”. Então se você se encaixar neste caso, banque a festa, diga que é presente e evitará surpresas assim.